Um país que nasceu onde era a antiga Pérsia e se espalha entre o Mar Cáspio – de onde saem algumas das variedades do cobiçado caviar Beluga – e os picos nevados dos montes Alborz, ao norte; as montanhas Zagros que acompanham a fronteira de norte a sul; o Golfo Pérsico, ao sul.
No meio, o deserto de Lut, considerado o mais quente do planeta. Este é o Irã, considerado uma joia do Oriente Médio. Para ajudar você a conhecer este país e todas as suas maravilhas, nós, da Raidho, que somos especialistas em oferecer experiências diferenciadas, preparamos uma série sobre este destino incrível.
Nos dois primeiros, elencamos as principais cidades do país e algumas das atrações imperdíveis em cada um. No terceiro e último, apresentaremos dicas e informações importantes para que sua viagem seja o mais tranquila possível
O Irã já foi alvo da cobiça de inúmeros conquistadores e já sediou impérios grandiosos e importantes rotas comerciais. Talvez por isso, sua riqueza cultural seja inigualável e poucos países no mundo podem ostentar títulos como o de “verdadeiro tesouro da civilização e do pensamento”, que se justifica porque lá surgiram conceitos importantes que norteiam ciências modernas, como a Química, Física, Matemática, Geografia, Astronomia, Engenharia e Arquitetura.
Suas influências também se estenderam para os campos da Política, Filosofia e monoteísmo religioso. Se você quer conhecer o Irã, hoje passeamos por suas principais cidades:
Shiraz – onde tudo começa
Distante 919 quilômetros da capital Teerã, Shiraz está situada na planície de mesmo nome e é a capital da província de Fars, no sudoeste do país, a 1,5 mil metros acima do nível do mar. É considerada uma das mais bonitas do Irã e possui grande importância histórica.
Por conta de suas inúmeras universidades recebeu o título de “Casa da Ciência”. É considerada a cidade dos poetas, já que inúmeros poetas e pensadores nasceram e viveram lá, com destaque para Hafez e Sadi. Entre as principais atrações da cidade estão:
- Aramgah-e Shah e Cheragh: um conjunto de prédios religiosos com mausoléus e mesquita.
- Aramgah-e Hafez: lindo jardim onde está situado o memorial com o túmulo do Hafez, um dos poetas mais adorados do Irã e nascido na cidade.
- Mesquita Rosa ou Nasir ol Molk: passeio imperdível. As janelas da mesquita têm vidros coloridos, com predominância da cor rosa e, ao nascer do sol, os reflexos dos raios tomam todo o interior, formando uma imagem de tirar o fôlego.
- Vakil Bazaar: é o principal bazar de Shiraz, localizado no centro histórico da cidade. Acredita-se que o mercado tenha sido originalmente estabelecido no século 11 d.C.
- Karim Khan: é uma cidadela localizada no centro de Shiraz. Foi construída como parte de um complexo durante a dinastia Zand. Sua forma se assemelha a uma fortaleza medieval, sendo usada ocasionalmente como prisão. Hoje, tornou-se um museu que guarda relíquias que demonstram a importância cultural do país.
- Mesquita e Mausoléu Shah Cheragh: considerada uma das mais belas do mundo. Foi construída sob o mausoléu de importantes figuras do islamismo xiita, entre eles um que seria descendente direto do profeta Maomé. Seu interior é decorado com pequenos pedaços de vidro e espelhos que formam um efeito surreal.
Uma curiosidade interessante: o nome da cidade é o mesmo da uva de origem francesa, produzida no Vale do Rhône, também usada para produzir vinhos australianos. Mas, na cidade iraniana, não há produção desse vinho.
A região já foi muito conhecida por seus vinhos, tendo exportado, inclusive para os Estados Unidos, mas com a Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, o consumo de bebidas alcoólicas foi proibido no país e, hoje, os parreirais existentes ao redor da cidade se destinam apenas à produção do suco da fruta.
Persépolis
Localizada a uma hora de carro de Shiraz, estão as ruínas da antiga capital do império persa, Persépolis. Fundada por Dario I no ano 518 a.C. e finalizada por Xerxes e Artaxerxes (que reinaram na Pérsia de 486 a 425 a.C.), seus palácios foram utilizados pelos reis até serem destruídos no ano de 330 a.C. por Alexandre, o Grande.
Atenção à riqueza de detalhes das ruínas, em que é possível perceber a grandeza do que foi o império. Não à toa, o local é considerado Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco. Logo na entrada da cidade, fica o Portão de Todas as Nações que, antigamente era um salão que continha colunas e três portas – uma delas saía para o Muro Oeste, portão de entrada principal de quem chegava; outra para o sul, dando no terraço de Apadana, e a última para a saída de uma estrada ao leste.
O nome de Xerxes foi escrito em três línguas diferentes, para deixar claro que foi ele havia mandado construir aquele lugar. E a principal razão de sua construção foi a de ser um centro cerimonial e administrativo e só foi usada pelo rei, em épocas festivas, e principalmente no Ano Novo.
Pasárgada
Também tombada como Patrimônio Cultural Mundial, Pasárgada não fica longe de Persépolis, inclusive é possível visitá-las no mesmo dia. Ficou muito conhecida pelos brasileiros por conta do poema “Vou-me embora para Pasárgada”, de Manuel Bandeira, publicado no livro “Libertinagem”, de 1930. A cidade foi fundada por Ciro no século VI, e foi a primeira capital do Império persa de Aquemênida.
O sítio arqueológico tem 160 hectares e por lá é possível encontrar grandes estruturas e ruínas que sobreviveram ao longo dos anos, como a Tumba de Ciro, o Grande, formada por pedras com cerca de 13 metros de altura. Já a fortaleza de Tall-e Takht, estrutura construída de pedras irregulares e tijolos não cozidos é o monumento mais antigo da cidade e fica no extremo nordeste do sítio.
Já a sudoeste está o que restou do palácio de Ciro e é composto por duas unidades: uma residencial e um salão de audiências, com jardins que acabaram se tornando o padrão para todos os outros jardins persas.
Ficou curioso sobre outras belezas do Irã? No próximo post falaremos sobre as atrações das cidades de Yazd, Isfahan e Teerã. Não perca!
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