A região entre a Ásia Central e o Cáucaso propicia ao turista conhecer vários destinos em uma viagem só. É um lugar cheio de encantos e mistérios, localizado entre os Mares Negro e Cáspio, formado pela Cordilheira do Cáucaso e suas planícies. A região montanhosa, composta pela Armênia, Azerbaijão e Geórgia, além de algumas partes da Turquia, Rússia e do Irã, é cheia de beleza. Mais que um elo entre a Europa e a Ásia, este pedaço de terra mais ou menos do tamanho da Espanha é um caldeirão efervescente de história e cultura e, não à toa, foi carinhosamente apelidado de “terra das mil línguas”.
Esta é a região da Europa onde se fala o maior número de idiomas. Já no século V a.C. o historiador grego Hérodoto disse que “Muitas e todo tipo de nações residem no Cáucaso.” Por volta do início do século I d.C, outro historiador grego, Estrabão, registrou informações sobre 70 tribos locais. Atualmente, há ali mais de 50 grupos étnicos que falam, ao menos 37 línguas, algumas por milhões de pessoas, outras restritas a pequenos povoados.
O Pequeno e o Grande
Esta cordilheira é a mais alta da Europa. Geograficamente, a região se divide em Pequeno e Grande Cáucaso. O Grande se estende por cerca de mil quilômetros, de Novorosiisk, no mar Negro, à península de Apsheronsk, no Cáspio, próximo a Baku. Ali estão os picos mais altos da Europa: os montes Elbrus, com 5,6 mil metros; Dick-Tan, 5,2mil; e Kazbek (5 mil, todos de origem vulcânica)
Já a porção menor do Cáucaso é formada pelas cadeias montanhosas de Adzharia-Imeretia, os montes Trialtie e as montanhas em volta do lago Sevan. Seu ponto culminante é o monte Ararat, com 4 mil metros de altura. É neste pico, inclusive, localizado na tríplice fronteira entre a Armênia, a Turquia e o Irã que, segundo o livro do Gênesis, Noé teria aportado a Arca após o dilúvio. O monte, inclusive faz parte do orgulho nacional do povo armênio e é um dos elementos que compõem o horizonte de sua capital, Yerevan.
As montanhas são mesmo o principal atrativo turístico da região. Além de render fotografias de tirar o fôlego, que não poderiam ser feitas em nenhum outro lugar do mundo. Sabe aquelas imagens clássicas – e lindas – de um dia de sol, em que montanhas com picos cobertos de neve compõem o plano de fundo enquanto, no primeiro plano, uma planície de relva verde, cheia de pequenas flores é dividida por um riacho? Ou ainda uma foto de montanhas imponentes em uma paisagem coberta de neve? Pois então, é esse o cenário da região.
Georgia: beleza singular
Para quem deseja aproveitar melhor a viagem, uma boa dica é percorrer a região de carro.
Entre os passeios imperdíveis estão a Rota Militar Georgiana, que liga a capital Tbilisi e Kazbegi, conhecida desde os anos 1800. Ao passar por ali, não deixe de visitar o vilarejo de Gergeti e a famosa Holy Trinity Church, uma igreja construída no Século XIV, no Monte Kazbek, localizado a 2,2 mil metros acima do nível do mar.
Já a estrada entre Tbilisi e o vilarejo de Mestia reserva surpresas imperdíveis, como um lago azul e outras paisagens de tirar o fôlego. Sabe aquela vontade de tirar uma foto a cada 100 metros percorridos? Pois então… E quem não perde uma aventura, também pode esquiar em uma estação localizada no vilarejo.
Para não esquecer
Uma das personalidades mais conhecidas da Geórgia é o ditador Josef Stalin, que esteve à frente do governo da então União Soviética entre os anos de 1927 e 1953. Nascido em 18 de dezembro de 1878, em Gori, o dirigente foi um dos responsáveis por colocar a cidade na rota do turismo. Ali, desde 1957, existe um Museu dedicado à sua imagem e também um local para relembrar o horror da repressão.
Localizado na praça central, o complexo é formado pela cabana de madeira onde ele nasceu; um grande palácio em estilo gótico formado por seis salões organizados em ordem cronológica, contendo itens de seu acervo pessoal, como móveis de escritório e presentes recebidos; além de um grande número de documentos, como fotografias, pinturas e jornais. Ao lado, está o transporte ferroviário pessoal de Stalin, blindada e com peso de 83 toneladas e que foi usada por Stalin a partir de 1941.
Não perca o próximo post desta série sobre o Cáucaso, em que falaremos sobre os monastérios do século IV existentes na Armênia. Enquanto isso, vá organizando sua viagem.
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