Criadores da primeira forma de escrita de que se tem notícia (por volta de 1.200 a.C.) e uma das civilizações pioneiras a se lançarem ao mar em busca de fazer negócios e expandir seu território, os fenícios ocupavam a região que hoje é conhecida pelo Líbano. Localizado na chamada Crescente Fértil, no meio do caminho entre Europa, Ásia e África, o Líbano é um país rico em história e cultura. Mais que isso, é um lugar de gente hospitaleira, forte e resiliente – como sua árvore-símbolo, o cedro, presente na bandeira. Mesmo após muitas guerras e invasões por várias nações, o país se reergueu e tornou-se um dos mais desenvolvidos e cosmopolitas do Oriente Médio, uma razão e
tanto para visitá-lo na sua próxima viagem!
Beirute, onde tudo começa
Localizada às margens do Mediterrâneo, na capital está localizado o porto mais importante do país e é onde tudo começa. Em termos de agito, se iguala à Las Vegas e à Ibiza. No verão, Beirute atrai turistas do mundo todo. As baladas ao ar livre, como Sky Bar, White e Iris são bastante concorridas.
Um passeio imperdível é percorrer a Corniche, um calçadão à beira-mar repleto de bares e restaurantes e uma vista de tirar o fôlego.
Para entender a história do país, vale visitar o Museu Nacional, principal museu de arqueologia do Líbano. Ali, há centenas de esculturas, objetos que remontam à Pré- História, à Idade do Bronze e do Ferro, das civilizações helenística, romana, do período bizantino e da conquista árabe. O destaque é o sarcófago de Ahiram, Rei de Biblos, que tem inscrições do alfabeto fenício. No prédio ao lado está o
Museu de Minerais, inaugurado em outubro de 2013 e que exibe mais de 2 mil minerais, representando 450 diferentes tipos, de 70 países.
A cidade pode ser usada como base para conhecer outras localidades próximas, como:
Gruta de Jeita
A 18 quilômetros ao norte de Beirute está a localidade de Jeita, famosa por suas grutas de mesmo nome. Interligadas e com comprimento aproximado de 9 quilômetros, as grutas se formaram em consequência de um processo erosivo que durou milhões de anos. Em seu interior, há pedras esculpidas pela ação da natureza que são um espetáculo imperdível.
Harissa
A cerca de 20 quilômetros de Beirute, na cidade de Jounieh, está Harissa, uma estátua da Virgem Maria, também conhecida como Nossa Senhora do Líbano, feita em bronze e pintada de branco. O santuário está localizado a 650 metros acima do nível do mar e é um centro de peregrinação tanto de cristãos católicos, quanto de muçulmanos, que honram Maria, a mulher mais citada no Alcorão. A visita se assemelha um pouco a do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, porque o turista pode aproveitar uma vista incrível da cidade à beira mar. É possível chegar lá por um teleférico ou por terra.
Biblos
Junto com Damasco, na Síria e Jericó, na Palestina, Biblos é considerada uma das três cidades mais antigas do mundo, há 42 quilômetros de Beirute. Foi uma das mais importantes da Fenícia, além de sua capital, por muito tempo. Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, até o início da Idade do Bronze – cerca de 3 mil anos a.C. – a cidade era o centro de expedição de madeira mais importante no leste do Mediterrâneo.
Seu centro histórico, chamado de Byblos Citadel, está totalmente ativo e revitalizado e vale muito à pena a visita, principalmente para comprar lembrancinhas. Negociar antes da compra é parte da experiência da viagem, já que os libaneses são famosos nesta arte e não se ofendem com isso, ao contrário. Entre os locais imperdíveis para serem visitados está a Igreja de São João Batista, que remonta ao tempo das Cruzadas, em 1.116 d.C.
Baalbeck
Também considerada Patrimônio Mundial pela Unesco, Baalbeck está localizada no Vale do Beca e é também chamada de Heliópolis ou “Cidade do Sol”. Os romanos construíram ali três templos principais dedicados às divindades de Júpiter, Baco e Vênus. O Santuário monumental de Júpiter é o maior e foi construído durante o domínio do imperador romano Augusto, no princípio da era cristã e do qual ainda restam em pé 54 colunas.
Sidon
Situada a 48 quilômetros de Beirute está a cidade de Sidom, considerada uma das mais importantes cidades fenícias e citada muitas vezes na Bíblia. É considerada parte da Terra Santa por ter sido visitada por Jesus e Paulo de Tarso e teria sido fundada pelo neto de Noé. Antes da era cristã, foi dominada por filisteus, assírios, babilônios, egípcios, gregos e romanos.
Entre suas atrações, a principal delas é o Castelo do Mar, construído na época medieval, projetado sobre as ruínas de um templo fenício dedicado ao deus Melkart, posteriormente adaptado por gregos e romanos que dedicaram-no a Hércules. Reza a lenda que a produção de corantes roxos, extraídos do molusco Murex trunculus, pela qual também se notabilizou a esta cidade-estado fenícia, teria sido legada aos fenícios por Melkart e sua amante, a ninfa Tyrus. A cor púrpura associada à realeza foi muito usada no Egito Antigo e no Império Romano e aí está uma das fontes de riqueza desta cidade.
Tiro
Outra cidade que já foi capital fenícia, Tiro é considerada Patrimônio da Humanidade e está a 80 quilômetros de Beirute. É também muito citada na Bíblia e já fez parte da antiga Galileia. Os fenícios que ali habitaram fundaram colônias na costa e nas ilhas vizinhas do mar Egeu, na Grécia, na costa do norte de África; em Cartago, atual Tunísia; na Sicília e na Córsega, na Espanha. Não à toa, é considerada pelos libaneses a “Rainha dos Mares”, famosa por sua frota mercantil que percorria o Mediterrâneo. Seu período mais glorioso foi no século 10.a.C, quando o Rei Hiram construiu a cidade. Segundo a mitologia, foi ali que Zeus raptou a princesa Europa e foi assim que o continente tomou seu nome. Seu irmão Cadmos a seguiu e levou o alfabeto aos gregos. Os habitantes de Tiro fundaram, então, Cadiz e Cartago.
Foi dali que saíram grandes quantidades de cedro para construir o templo de Salomão, em Jerusalém. Além disso, os egípcios também a usaram para construir navios e sarcófagos. Já o óleo de cedro era usado no ritual de mumificação.
Costumes e vestimentas
Como faz muito calor durante o verão, as roupas em geral são acima dos joelhos. Mas, mais ao sul, onde a cultura é mais conservadora, principalmente onde predominam os muçulmanos xiitas, é preciso respeitar os locais e cobrir ao menos os ombros e pernas até o joelho. Além disso, não se deve cumprimentar as pessoas com beijos, bastando apenas um aperto de mão, cumprimento com o olhar ou um meneio de cabeça.
Qualquer que seja o traje escolhido, o Líbano é um país que vale a visita, seja por sua rica História, seja porque, para os brasileiros, é um país muito diferente e que tem muito a nos ensinar!
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