Destinos como a Índia e a Indonésia, considerados exóticos, dão ao turista lembranças fortes e marcantes: cores vivas, sabores marcantes, perfumes intensos. Mas, lugares como norte da África, Marrocos, Oriente Médio e sul e sudeste da Ásia também chamam a atenção pelo marrom avermelhado que pode ser visto em desenhos que recobrem mãos e pés de muitas mulheres que vivem ali. Alguns possuem formas intricadas e se estendem pelos braços; outros são mais simples e ficam restritos às palmas. Esta é a milenar arte da mehndi – ou tatuagem de henna, como é mais conhecida no Brasil. A técnica é utilizada como parte de rituais ou para enfeitar o corpo a fim de espantar más vibrações e trazer boa sorte.

A palavra henna é de origem árabe e designa tanto a planta Lawsonia inermis quanto o corante extraído de suas cascas e folhas secas trituradas. Seu uso remonta há mais de 5 mil anos e algumas das primeiras evidências apareceram em múmias egípcias, cujo cabelo e as unhas foram pintadas com seus tons de marrom avermelhado. Relatos históricos também afirmam que a planta era usada pelos árabes para refrescarem as mãos e pés em tempos de muito calor. Mas, ao perceberam que a cor demorava um certo tempo para desaparecer da pele, passaram a usar o pigmento para fazer desenhos artísticos. Há também uma lenda que aponta que o pigmento foi usado pelo profeta

Maomé para tingir a barba. Até hoje, homens e mulheres pintam seus cabelos e observam que os fios ficam mais fortes. Outras de suas propriedades são a de reduzir a caspa, eliminar micoses do couro cabeludo e exterminar piolhos.

Estilos e rituais de boa sorte com mehndi

Mehndi ou tatuagem de henna: enfeite para o corpo e a busca por boa sorte

Segundo Aileen Marron, autora do livro “The Henna Body Art Book”, há quatro estilos principais de desenhos. O do Oriente Médio tem flores e formas geométricas; o indonésio e de outros países do sudeste asiático mistura motivos do Oriente Médio, mas pintam as unhas das mãos e pés. Paralelo aos tradicionais, recentemente tem aparecido uma nova vertente, o céltico, cheio de nós e laços. Já na Índia e Paquistão comumente usam-se formas semelhantes a lágrimas, também chamadas de cashmira, com desenhos dispostos de tal maneira que criam a ilusão de luvas e meias.

O uso da henna está muito associado a rituais para espantar a má-sorte e o mau-olhado. Não à toa, as pinturas são muito usadas por noivas indianas e em todo o mundo árabe porque também representam a transcendência e a transformação. Em geral, o ritual de pintura é marcado por uma festa de um dia e envolve as familiares e amigas que aproveitam a oportunidade para dar conselhos sobre a vida de casada, em uma espécie de “despedida de solteira” em que a henna ocupa lugar central. Também é costume que as iniciais do noivo sejam escondidas no desenho e ele tenha que descobri-las na noite de núpcias. Além disso, reza a lenda que, após a secagem do pigmento, quanto mais escura a cor, mas a noiva é amada. Outra curiosidade é que, enquanto os desenhos durarem, a mulher não é obrigada a fazer nenhum serviço doméstico na casa, apenas se tiver vontade. Mas, as indianas não usam a mehndi somente no casamento. Os desenhos podem ser usados em ocasiões de festa e, até no dia a dia, mas neste caso, são mãos simples e menores, restritos às palmas das mãos.

Aplicação

Mehndi ou tatuagem de henna: enfeite para o corpo e a busca por boa sorte

Muitas apreciam a tatuagem de henna por ser algo que não é permanente e que vai saindo conforme as lavagens. Sua duração varia entre duas semanas a um mês. Os artistas especializados utilizam uma espécie de bisnaga semelhante a um saco de confeiteiro e fazem os desenhos muito rapidamente. A secagem leva em torno de 40 minutos a uma hora e, após isso, o excesso de pigmento se desprende da pele, como se fosse uma casquinha.

Uma dica importante para quem for viajar para alguns dos países que têm esta tradição e deseja experimentá-la é realizar um teste de alergia antes. Apesar de ser um pigmento natural, pode ser alergênico. Se possível, faça o teste no punho ou atrás das orelhas e aguarde um dia para checar se não haverá reação.

Recentemente, a duquesa de Sussex, Meghan Markle, em uma visita ao Marrocos, teve suas mãos e parte do antebraço esquerdo pintados para abençoar o filho que espera.

Antes dela, outras celebridades, como Madonna, Gwen Stefani e Vanessa Hudgens já haviam surgido com algo parecido. Agora, você já sabe: se estiver passeando por alguns desses lugares mágicos, faça como as locais e as celebridades: tenha sua pele pintada e aguarde a boa sorte. Namastê!

 

Em busca de realizar um sonho, Lucila se tornou empresária aos 28 anos quando fundou a Raidho Viagens em 1990, uma operadora especializada em turismo para lugares exóticos e roteiros de experiência. Formada em Letras e pós-graduada em Marketing, já viajou para mais de 80 países, sendo 18 visitas à Índia, destino pelo qual é apaixonada e considerada uma autoridade. Devido a isso, é perita em roteiros incomuns para conhecer culturas e filosofias milenares e os costumes de cada povo, visando o enriquecimento interior junto às belezas dos locais.
Inovadora e conhecida por lançar tendências no mercado, oferece junto à Raidho, excelência na qualidade de serviços e tem orgulho em ter conquistado o prêmio de melhor Operadora da América Latina em viagens para a Índia, pelo governo, por três anos consecutivos.