Amã: onde o antigo e o novo convivem na mais perfeita harmonia

Na parte mais alta da cidade, o turista para e observa. O que os olhos veem nos faz viajar entre o contemporâneo e o antigo: as últimas colunas que restam em pé do que um dia foi um templo; as ruínas de um importante Palácio; ruas asfaltadas, trânsito carregado e muitos edifícios. Tudo se mistura no cenário de Amã, na Jordânia.

Chamada de Filadélfia pelos gregos antigos e de “cidade branca” por conta da cor creme que é quase onipresente em todas as fachadas, é uma cidade tão fascinante quanto antiga. Escavações realizadas há cerca de 25 anos descobriram pequenas casas e torres que podem ter sido construídas durante a idade da pedra, ou seja, há mais de 7.000 a.C.

No post Jordânia, oásis de paz e segurança no Oriente Médio, já falamos sobre as inúmeras atrações deste país e agora separamos oito atrações imperdíveis desta cidade – e de seus arredores – rica em história e cultura,instalada sobre 19 colinas entre o deserto e o Vale da Jordânia e onde o antigo e o novo convivem em perfeita harmonia.

O ponto que mais concentra atrações é a Citadela (ou Cidadela), situada na colina mais alta de Amã, no centro da cidade, a 850 metros acima do nível do mar. É o local onde ficava a cidade antiga de Rabbath-Ammon.

Artefatos da Idade do Bronze mostram que a colina pode ter sido uma fortaleza ou um espaço aberto de comércio e política chamada ágora, por milhares de anos. O complexo é rodeado por muros reconstruídos inúmeras vezes durante a Idade do Bronze e a Idade do Ferro e nos períodos romano,

bizantino e omíada, povos que fizeram dali seus domínios.

Complexo do Palácio Omíada

Acredita-se que o palácio tenha sido obra dos árabes omíadas em cerca de 720 d.C., e que possuía um enorme complexo de edifícios reais e residenciais, onde teria morado o governador de Amã. O grande portão monumental, com a sua forma de cruz e quatro nichos abobadados, leva a um pátio e rua com colunatas.

Auditório

Com uma enorme cúpula, foi projetado para impressionar quem visitava o palácio real. É o edifício mais intacto do local e tem o formato de cruz porque foi construído sobre uma igreja bizantina.

  • Basílica Bizantina

Datada do século 6 d.C., possui mosaicos e colunas coríntias.

  • Templo Romano de Hércules

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Estrutura que já esteve conectada ao Fórum, construído no reinado de Marco Aurélio, entre 161 e 180 d.C. Os únicos resquícios identificáveis são partes do pódio e das colunas. No local há uma mão gigantesca esculpida nas pedras que pode ser de uma grande estátua para representar o deus.

Nas proximidades se encontra um ponto de observação com vistas espetaculares para a paisagem da cidade logo abaixo.

  • Museu Nacional de Arqueologia

Possui uma boa coleção de objetos de todos os períodos históricos da história nacional e regional da Jordânia, desde crânios de 6 mil anos da cidade bíblica de Jericó até obras de arte do período Omíada.

Também possui alguns exemplos dos Manuscritos do Mar Morto encontrados em Qumran em 1952, uma cópia da Pedra Moabita e artefatos variados de Petra e Gérasa.

As joias da coroa da coleção são três estátuas de Ain Ghazal, que datam de 6,5 mil anos a.C., e estão entre as esculturas mais antigas da história. Descobertas da Cidadela incluem a cabeça de uma estátua da deusa Grega Tique e alguns entalhes em estilo egípcio.

  • Fórum

Praça pública situada na fronteira com o teatro e o Odeon, e estava entre os maiores do Império, com dimensões de 100 x 50 metros. A fileira de colunas na frente do teatro é o que resta das colunatas que já o cercaram.

  • Nymphaeum

É o que restou de um jardim, com chafarizes, típicos das cidades romanas. A fonte principal remonta ao final do século 2 d.C. Fora da Cidadela, há também outras atrações imperdíveis:

Anfiteatro Romano

Bem próximo à Cidadela, mas já na parte baixa do centro, está o Anfiteatro Romano. Erguido em 170 d.C., o anfiteatro tinha a capacidade de abrigar até 6 mil pessoas que ocupavam lugares de acordo com suas posições sociais. Na frente, sentavam-se os governantes; no meio, os militares e, na parte de cima, o público em geral.

Abandonado durante muito tempo, voltou a receber apresentações a partir de 1950, quando passou por uma restauração.

Mesquita do Rei Abdullah

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Concluída em 1989 como uma homenagem do Rei Hussein ao seu avô, esta mesquita inconfundível de cúpula azul tem capacidade para 7 mil fiéis no seu interior e mais 3 mil no jardim interno. Essa é a única mesquita em Amã que aceita visitas de não muçulmanos. A sala de oração cavernosa em formato octogonal não possui pilares, mas é coberta por uma enorme cúpula, de 35m de diâmetro.

As inscrições das paredes são de versículos do Al Corão. A cor azul da parte interior da cúpula representa o céu, e o dourado na base representa os raios de luz iluminando os 99 nomes de Alá. Também há uma sala para mulheres, com capacidade para 500 pessoas, e uma pequena sala real. A mesquita ainda possui um pequeno museu islâmico, onde estão exibidas algumas peças de cerâmica, assim como fotografias e objetos pessoais do rei Abdullah I.

Arredores

Amã é um destino que se basta pela beleza e exotismo. Mas, se puder ir à Jordânia com um pouco mais de tempo e espírito viajante, aproveite também para conhecer os arredores de Amã. São localidades próximas – onde se pode chegar com poucas horas de deslocamento – e que guardam tesouros incríveis. Confira

Ruínas de Jerash

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Já fora do perímetro de Amã – localizada a 48 quilômetros dali –, Jerash é chamada por alguns como a Pompeia do Oriente. Isto porque, assim como a cidade italiana, também foi destruída por uma força da natureza: o grande terremoto do ano de 749. Fundada pelos gregos no século 3 a.C., a cidade prosperou graças à posição estratégica nas rotas comerciais de incenso e especiarias oriundas da Síria. Seu auge foi alcançado durante o domínio romano, tendo se tornado a cidade favorita do Imperador Adriano.

Nesta época, sua área de 800 mil metros quadrados abrigava uma gigantesca praça oval cercada por 160 colunas, uma avenida de 600 metros também ladeada por colunas, fontes, um templo dedicado à deusa Artêmis, um hipódromo, um anfiteatro e um arco erguido em homenagem a Adriano.

Apesar do terremoto, boa parte das ruínas se encontra relativamente preservada, sendo reconhecida como uma das cidades romanas de província mais bem conservadas do mundo. Além disso, por debaixo da sua aparência externa greco-romana, Jerash preserva ainda uma perfeita e sutil mistura do oriente e do ocidente.

A sua arquitetura, religião e idiomas simbolizavam um processo de união e coexistência da cultura greco- romana da bacia do Mediterrâneo e as tradições do oriente árabe.

Mar Morto

Distante cerca de uma hora de Amã está o Mar Morto, ponto mais baixo do planeta, a 430 metros abaixo do nível do mar. Este grande lago se estende por 50 quilômetros entre as fronteiras de Israel/Palestina e a Jordânia. Pode-se dizer que o Mar Morto foi um dos primeiros spas da humanidade, cuja alta salinidade de sua água, com 34,2%, cerca de 9,6 vezes mais do que os oceanos.

Em sua margem há inúmeros resorts onde é possível passar por tratamentos estéticos com os famosos produtos extraídos dele. O mais popular é a lama, que promete pele macia e jovem instantaneamente. Pura, ela costuma estar disponível de graça para os hóspedes em baldes espalhados à beira-mar. E não perca o incrível pôr do sol, um espetáculo de tirar o fôlego.

Reserva Natural Mujib

Próxima ao Mar Morto está a Reserva Natural Mujib, com uma incrível geografia. A principal atração é o Wadi Mujib Canyon, um longo desfiladeiro de 500 metros de profundidade e 4 quilômetros de comprimento. A reserva é considerada a mais baixa do mundo, a 400 metros abaixo do nível do mar, e é muito procurada por quem gosta de turismo de aventura.

Mapa de Madaba

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Conhecida como cidade dos mosaicos, Madaba está a apenas 30 quilômetros de Amã. A produção de desenhos com pequenos pedaços de pedra colorida surgiu e tornou-se marca registrada do local durante os períodos de domínio romano e bizantino, entre os séculos 1 e 7. Desta forma, será possível encontrar obras de arte nestes moldes em igrejas, fortificações e residências. Mas, o grande atrativo ali é o “Mapa de Madaba”, que cobre parte do assoalho da basílica greco-ortodoxa de São Jorge.

Datado do século 4, mostra a cidade de Jerusalém. Suas dimensões originais eram de 21×7 metros, mas, atualmente, somente estão visíveis 16×5 metros. Nesta área estão dois milhões de pedacinhos de pedra colorida que detalham vales, rios, cidades, palmeiras, animais, desertos, barcos e alguns dos marcos da cidade que seguem em pé, como a Igreja do Santo Sepulcro, o Portão de Damasco e a Torre de Davi. Outrora usado como guia para chegar à Cidade Santa, atualmente é muito usado por arqueólogos que trabalham em escavações na cidade em busca de edificações que ainda não foram descobertas.

Algumas dicas importantes

  • Visto

Brasileiros precisam de visto de turismo para a Jordânia, que pode ser obtido diretamente na chegada ao aeroporto/fronteira. Mas, com a implantação do Jordan Pass, uma espécie de passe que inclui ingressos para diversas atrações e também isenta o custo do visto para estadias superiores a quatro dias.

  • Quando ir

Por contar com boa parte de seu território localizado em área desértica, os dias são de muito calor no verão e, no inverno, as noites são bem frias. Para evitar estes extremos de temperaturas, os meses mais indicados para visitar Amã são entre março e maio.

  • Etiqueta

Evite usar a mão esquerda, considerada “impura” no costume local, já que é utilizada para tarefas de higiene pessoal. Ao cumprimentar alguém, comer (com as mãos ou talheres) ou até entregar alguma coisa, use sempre a mão direita.

  • Proteja-se

Por conta da forte insolação, não se esqueça do filtro solar, óculos escuros, chapéu ou boné e beba pequenos goles de água de tempos em tempos.

  • Onde comer

A carne, especialmente de cordeiro, é um ingrediente praticamente onipresente nos menus de todos os restaurantes. Em Amã, não deixe de experimentar o cabrito assado com amêndoas do Tawaheen al-Hawa.  Outra excelente opção é Hashem, um dos restaurantes mais famosos da cidade, com preços bastante convidativos.

Além dos lugares imperdíveis em Amã e nas suas proximidades, não deixe de andar pelas ruas do centro e visitar as inúmeras lojinhas que vendem de tudo um pouco: temperos, especiarias, perfumes, jóias e artesanato.Durante as compras, não se esqueça de praticar a arte árabe da pechincha e volte com a mala recheada de artigos únicos.


Em busca de realizar um sonho, Lucila se tornou empresária aos 28 anos quando fundou a Raidho Viagens em 1990, uma operadora especializada em turismo para lugares exóticos e roteiros de experiência. Formada em Letras e pós-graduada em Marketing, já viajou para mais de 80 países, sendo 18 visitas à Índia, destino pelo qual é apaixonada e considerada uma autoridade. Devido a isso, é perita em roteiros incomuns para conhecer culturas e filosofias milenares e os costumes de cada povo, visando o enriquecimento interior junto às belezas dos locais.
Inovadora e conhecida por lançar tendências no mercado, oferece junto à Raidho, excelência na qualidade de serviços e tem orgulho em ter conquistado o prêmio de melhor Operadora da América Latina em viagens para a Índia, pelo governo, por três anos consecutivos.