Tibet: viaje para o “teto do mundo”

Os filmes “O Rapto do menino dourado” (1986) e “Sete anos no Tibet” (1997) são apenas dois exemplos de como o Ocidente retrata o Tibet, país com mais de 2 mil anos de história que chama a atenção dos mais diversos perfis de turistas: tanto os aventureiros quanto os que desejam conhecer mais sobre budismo, por exemplo.

São picos nevados que emolduram a paisagem, lagos sagrados, um povo de cultura riquíssima e muitos templos tão lindos quanto obras de arte. Os tesouros do Tibet encantam quem decide incluí-lo em um roteiro de viagem. E nós, da Raidho, especialistas em destinos da Ásia não poderíamos deixar de brindar você com um panorama deste lugar que é considerado o “teto do mundo”. Venha com a gente e descubra porquê.

Localizado no planalto tibetano, a região mais alta do planeta, o país possui uma altitude média de 4,9 mil metros. Boa parte dos Himalaias se encontra em seu território e o Everest, que reina soberano entre os picos mais elevados do mundo, fica na fronteira com o Nepal. Avistado do avião, suas cidades ocupam, geralmente, vales.

A religião um aspecto fundamental da cultura tibetana. Em qualquer cidade que se visite, há sempre um monastério e um templo. Há duas principais correntes budistas, a Theravada e a Mahayana. No Tibet, é esta última a que prevalece, mas há também uma outra corrente bastante difundida, a Gelugpa.

Todos os lugares ligados à religião são tidos como muito especiais. No budismo tibetano, os monges se dedicam a estudos profundos não apenas da religião, como também dos tantras – textos religiosos anteriores ao próprio budismo. Até a invasão chinesa em 1959, o Tibet era governado pelo Dalai Lama – hoje exilado em Dharamsala, na Índia. Além disso, toda a família tibetana tinha como hábito enviar pelo menos um membro da família para se tornar monge e, assim, ajudar na transmutação do

carma. Essa tradição contribuiu para o impressionante porte dos monastérios locais, que já chegaram a abrigar até seis mil monges ao mesmo tempo.

Lhasa – a capital

Como toda capital, Lhasa é bem movimentada, com o antigo convivendo com as novas edificações erguidas pelos chineses. Localizada no coração do país, é a capital, sede política e religiosa do país desde 1645. A religião pulsa ali. Também conhecida como “cidade dos deuses”, possui circuitos chamados koras, espécies de caminhos que circundam todos os grandes templos e monastérios budistas ali e que são percorridos todos os dias por centenas de tibetanos que oram por uma vida mais próspera e longa. Entre as principais atrações estão:

 

  • Palácio Potala

Tibet: viaje para o “teto do mundo”

O nome Potala vem da montanha Potalaka, no sul da Índia e que, em sânscrito, significa Buddha da Compaixão. É um complexo de edifícios interligados, localizado no monte Marpo Ri, possui mais de mil salas, 10 mil santuários e 200 mil imagens. Desde 1994 é considerado patrimônio da Unesco e hoje é um museu. A edificação foi erguida no ano 635 pra servir como palácio real do rei Songtsen Gampo e foi reconstruído em 1645 por Lozang Gyatso, o 50º Dalai Lama e foi durante muito tempo a residência de inverno e centro do poder do lamaismo.

Por ter sofrido com inúmeros confrontos e incêndios, a estrutura do local sofreu avarias e, atualmente, são permitidos apenas 1,6 mil visitantes por dia, que podem conhecer apenas algumas áreas do palácio e parte do que foi residência do Dalai Lama. Não desanime ao ver a grande escada, formada por 2 mil degraus. Anime-se a subir. A vista lá de cima compensa o esforço.

 

  • Monastério Sera ou Se Ra

O significado de Se Ra, em tibetano, é “rosa selvagem”, flores estas que podem ser vistas ao longo de toda a paisagem onde está localizado o monastério, considerado uma universidade para os monges. 

A atração principal ali é o debate entre os monges, que acontece todos os dias às 15h. A origem do debate vem de uma tradição hindu e é considerado parte do processo de aprendizado, que facilita a compreensão da filosofia budista.

Realizados ao ar livre, há uma troca de desafios sobre as escrituras. Primeiramente, o desafiante – que é mais experiente – gira seu rosário de orações (japamala), que fica ao redor do pulso como uma pulseira. Todos batem palmas e os pés durante a pergunta. A resposta deve vir de imediato, não sendo concedido ao iniciante tempo para pensar.

  • Monastério Drepung

Tibet: viaje para o “teto do mundo”

Juntamente com o Sera, Ganden e Tashilhunpo, este monastério é um dos pilares do budismo tibetano. Uma característica comum a todos é a roda de oração – uma série de cilindros feitos em metal contendo mantras esculpidos ou escritos em papel. Estes cilindros, ao serem girados, emitem uma energia sutil, capaz de gerar saúde, paz, equilíbrio, e vitalidade para todos. Segundo Nagajurma, um dos principais mestres dos ensinamentos de Buda, os mantras impressos tinham tanto poder quanto os cantados. Desta forma, ao rodarem aos quatro ventos, os mantras têm seus benefícios espalhados para além do tempo e do espaço.

  • Templo Johkang

Tibet: viaje para o “teto do mundo”

Os tibetanos acreditam que o mapa do país tem a forma de um demônio feminino deitado de costas, com os braços abertos. Para dominar e controlar a energia deste demônio, o rei Songtsan Gampo, primeiro rei budista do Tibet, no século 7, encomendou a construção de 13 templos e monastérios em 13 regiões do país. O Jokhang é considerado mais importante de todos, pois foi construído no coração deste demônio. Com isso, o Johkang tornou-se o templo supremo do budismo tibetano. O rei foi casado com duas princesas, uma chinesa e uma nepalesa. Cada uma delas trouxe como presente duas das mais antigas estátuas de Sakyamuni, Sidarta Gautama, o Buda.

 

  • Shigatse

 

Distante 270 quilômetros de Lhasa, Shigatse é a segunda maior cidade do país e também muito usada por quem parte em busca da conquista do topo do Everest. E uma viagem até lá reserva lindas surpresas ao serpentear montanhas, rios e lagos. No meio do caminho fica o Yamdrok Tso, um belíssimo lago de águas azuis celestes de tirar o fôlego.

O Yamdrok Tso é um dos quatro lagos mais sagrados do país, sendo um ponto de peregrinação junto com o Namtso, o Manasarovar e o Qinghai. Segundo uma lenda, os lagos são vistos como materialização de deusas. Outra atração imperdível entre as duas cidades é o Karola Glacier.

  • Monastério de Tashilhunpo

Tibet: viaje para o “teto do mundo”

Juntamente com Se Ra e Drepung e Ganden este é um dos monastérios mais importantes do país. Fundado em 1447 pelo primeiro Dalai Lama, está localizado em uma colina no centro da cidade. Seu nome completo em tibetano significa: “toda a sorte e felicidade reunidos aqui” ou no “monte glória”.

Este é um lugar que recebe muitos peregrinos do interior do Tibet, pois é onde ficam as estupas com os restos mortais de vários Panchen Lama, uma figura importante no budismo tibetano. Também foi um dos menos destruídos pelos chineses, além de ser um dos monastérios mais habitados.

  • Gyantse

A próxima parada é Gyantse, considerada antigamente como a terceira mais importante cidade tibetana. O motivo principal é sua grande estupa octogonal em formato de mandala, construída em 1427.

  • Gyantse Kumbum

Dentro do prédio em forma de mandala, é possível ver inúmeras mandalas em diversas fases, desenhadas, pintadas e já em forma de escultura, para entender o processo. Há também várias “capelas” com imagens de divindades. Outra atração imperdível é a chegada até o topo que oferece uma linda vista dos arredores. E se quiser se sentir como um autêntico tibetano, gire as rodas de oração e ande ao redor da estupa em sentido horário fazendo orações e agradecendo.

Informação importante

A entrada de estrangeiros em território tibetano é muito regulada, especialmente depois das manifestações de 2008, quando o governo chinês fechou as portas do território e colocou o exército armado nas ruas. Para entrar no Tibet, é necessária uma permissão especial para estrangeiros, além do visto chinês.

Mas, vale o esforço para conhecer o teto do mundo (ou, ao menos, parte dele). Na volta, será possível sentir corpo e alma renovados, depois de visitar tantos templos e monastérios. É possível também que, depois de ouvir tantas e tantas vezes o mantra “Om Mani Padme Hum”, o mais conhecido pelos budistas tibetanos você também passe a entoa-lo, não antes entender seu significado: “A prática do Caminho leva à transformação do corpo, da fala e da mente impura na exaltação de pureza que são o corpo, a fala e a mente do Buda”.

 

Em busca de realizar um sonho, Lucila se tornou empresária aos 28 anos quando fundou a Raidho Viagens em 1990, uma operadora especializada em turismo para lugares exóticos e roteiros de experiência. Formada em Letras e pós-graduada em Marketing, já viajou para mais de 80 países, sendo 18 visitas à Índia, destino pelo qual é apaixonada e considerada uma autoridade. Devido a isso, é perita em roteiros incomuns para conhecer culturas e filosofias milenares e os costumes de cada povo, visando o enriquecimento interior junto às belezas dos locais.
Inovadora e conhecida por lançar tendências no mercado, oferece junto à Raidho, excelência na qualidade de serviços e tem orgulho em ter conquistado o prêmio de melhor Operadora da América Latina em viagens para a Índia, pelo governo, por três anos consecutivos.