O sol ainda não nasceu, mas o horizonte, aos poucos, começa a ser tomado por gigantes de ar quente que levam turistas desejosos de conhecer, do alto, uma paisagem única. À medida que sobem, os milhares de templos e pagodas que resistem, bravamente, à passagem do tempo revelam detalhes impossíveis de serem percebidos do chão. Você acha que estamos falando da Capadócia? Não. Estamos descrevendo a paisagem de Bagan, em Myanmar, antiga Birmânia. Destino exótico e muito diferente, Myanmar guarda semelhanças com seus vizinhos do sudeste asiático, mas é um tesouro recém-descoberto daquela região. A antiga colônia britânica teve sua denominação mudada, em 1989, por seu governo militar. “Birmânia” foi cunhado pelos colonizadores e vem de “burma”, principal etnia do país, mas os governantes acreditavam ser este um nome cheio de preconceitos. No entanto, Myanamar e Birmânia são sinônimos: sua atual chefe de estado, Aung San SuuKyi, foi enfática ao dizer que “não há na constituição nada que determine o uso de um termo em particular”. Aberto aos estrangeiros há poucas décadas, depois de mais de 50 anos de ditadura militar, o país pouquíssimo industrializado reserva surpresas, como seus monges de vestimenta vermelho escuro que andam descalços pelas cidades, suas…